Na sessão, o Secretário-geral do PCP começou por saudar todos os que estiveram presentes naquele acto, «procurando, com o reforço da CDU, garantir a eleição de deputados vinculados aos interesses e aspirações das populações e dar força à alternativa patriótica e de esquerda de que o País precisa».

Destacou, de seguida, o trabalho levado a cabo pelo deputado António Filipe, que é o cabeça de lista da Coligação PCP-PEV pelo distrito de Santarém. «Ao longo destes quatro anos, desenvolveu uma intensa e diversificada acção dentro e fora da Assembleia da República (AR) em defesa dos interesses e aspirações das populações do distrito e do País. É este deputado que precisamos de reforçar. É a CDU que precisamos de fortalecer com mais votos, porque as populações deste círculo eleitoral de Santarém e os portugueses precisam de ter na AR quem os defenda e quem seja portador de um projecto alternativo de esperança para Portugal», afirmou.

Jerónimo de Sousa disse ainda que os deputados dos partidos que constituem a Coligação PCP-PEV estiveram sempre «do lado da justiça social e do combate às desigualdades sociais, com um olhar e intervenção atentos aos problemas concretos e aos dramas dos que enfrentam o desemprego, o trabalho precário, os baixos salários, as baixas reformas e os baixos rendimentos, os que não têm acesso aos serviços de saúde, à educação e à segurança social», tendo assumido «um combate frontal contra a política de direita que é a causa da crise e das dificuldades que o País e os portugueses enfrentam, nunca deixando os interesses dos trabalhadores e do povo português por mãos alheias».

A apresentação pública da lista dos candidatos da CDU pelo círculo eleitoral de Santarém terá lugar nos dias 24 e 25 de Julho, respectivamente em Torres Novas, às 21.30 horas, no Jardim Municipal, e em Benavente, às 17 horas, no Largo de Nossa Senhora da Paz. Ambas as iniciativas contarão com o espectáculo «Tons de Abril», que também teve lugar em Santarém.

Em Santarém, Jerónimo de Sousa acusou o Governo de não ter tido «a mais elementar prudência» ao decidir passar à fase de negociação com os candidatos à aquisição da EMEF e da CP Carga, quando é «evidente o carácter criminoso destas opções».

Referindo-se à decisão tomada na reunião do Conselho de Ministros de dia 9, o Secretário-geral do PCP apontou em concreto a recusa de visto por parte do Tribunal de Contas aos contratos de 364 milhões de euros entre a EMEF e a CP «que o Governo mandou celebrar atabalhoadamente, quando a decisão de oferecer locomotivas da CP ao comprador da CP Carga levantou uma justa indignação».

Neste sentido, o PCP «exige, de imediato, o cancelamento do processo de privatização da EMEF e da CP Carga», pedindo a revogação do «caminho de pulverização, da destruição da ferrovia».

«Este processo em que o Governo mergulhou a ferrovia já atrasou mais de dois anos a reparação de meio de vida dos alfas pendulares, com prejuízos económicos e financeiros para a fiabilidade e segurança da operação ferroviária, e ameaça paralisar toda a operação», declarou.

«O Governo dá a ideia de acreditar que as sucessivas e milionárias contratações de propaganda da CP e das Infraestruturas de Portugal, num esforço que se manterá até à realização das eleições, alteraram a realidade económica e financeira da ferrovia, que se degrada aceleradamente por culpa das opções» que tem tomado, afirmou.